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CONTADOR DE HISTÓRIAS E HISTORIETAS E PETAS E TRETAS DE ENTRETER INSÓNIAS A GRANEL OU POR ATACADO

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

ESTUDO ANTROPOLÓGICO BASEADO EM PREMISSAS DE GAVETA ENTREABERTA

Morreu porque quis morrer. E quando morrer quis, morreu, nem mais. Nunca ele chamaria suicídio, se ainda lhe pudesse chamar alguma coisa, àquele seu acto consciente, ponderado, cronometrado, ensaiado e consumado com a morte. Di-lo-ia um gesto de coerência em quem desde sempre assumiu um pavor visceral à velhice. Ou uma simples opção de vida, com princípio, meio e fim naquele exacto momento.
Nem um tremor na hora tomada por certa. Nem um mínimo pestanejo de dúvida ao dar o tiro de partida para a prova em que seria não apenas o maior mas o único candidato à vitória final. E, praticante de desportos como sempre se soube, tinha conhecimento com toda a certeza de que as pistolas de pôr os atletas em corrida, mesmo não disparando balas, se apontam ao céu e nunca ao palato do juiz que as utilize.
Portanto, só usou de tal maneira uma das outras porque quis e quando quis.