BAGATELA ENTRE BOCEJOS DE TÉDIO QUIÇÁ CONGÉNITO
Tinha com ele um sonho muito antigo: ver um dia transformar-se em realidade palpável um dos inúmeros sonhos que tinha. Um sonho dos bons, como se treslê, e não um qualquer pesadelo. Como pesadelo lhe bastaria, porque já sonhador crónico, o nojo de vida onde chafurdava desde um crepúsculo ao outro.
Quantas vezes não sonhou ele com a fortuna nas mãos por mercê da lotaria, ou por se descobrir único herdeiro de um império sem mapas que o delimitassem, ou por desenterrar uma jazida infinita ao garimpar nos areais utópicos da bolsa?
Ontem, mal acabara de se aninhar entre lençóis, adormeceu e sonhou que acordaria morto. Enganou-se, porém: já não acordou.
Quantas vezes não sonhou ele com a fortuna nas mãos por mercê da lotaria, ou por se descobrir único herdeiro de um império sem mapas que o delimitassem, ou por desenterrar uma jazida infinita ao garimpar nos areais utópicos da bolsa?
Ontem, mal acabara de se aninhar entre lençóis, adormeceu e sonhou que acordaria morto. Enganou-se, porém: já não acordou.
<< Home